quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Heróis de Elgalor: Ashard, o Santo

Ashard, o Santo (Monge, nível 17)

Raça: Humano

Tendência: Leal e Bom

Ashard era o sultão de um dos vários principados que compõem o reino desértico de K’Mar. De sangue real e nascido em uma família extremamente rica, Ashard cresceu cercado de luxo e conforto. Desde muito jovem, recebeu a melhor educação possível, teve os melhores professores e como manda a tradição das Grandes Casas de K’Mar, ele como primogênito foi instruído desde cedo nos caminhos das Artes Dracônicas (nome dado em K’Mar para as Artes Marciais), se mostrando um adepto extremamente competente, não apenas por conta de seu físico poderoso, mas principalmente por causa de sua grande dedicação e disciplina.

À sua disposição, estava tudo aquilo que alguém poderia sonhar, mas quanto mais o tempo passava, mais Ashard sentia que algo estava muito errado. Ele era amado por seu povo da mesma forma como era amado pela sua família, mas por mais que tudo parecesse estar perfeito, ele não conseguia se sentir em paz. Até que após três dias de meditação ininterrupta, ele encontrou um vestígio da verdade: Não havia nada de errado na vida que o cercava. O problema era ele. Ele estava no lugar errado, e na “vida” errada.

Ciente de que não encontraria as respostas que buscava protegido pelas muralhas de seu palácio, Ashard sabia que precisaria sair. Mas ele era um homem de princípios, e sabia que não poderia simplesmente abandonar sua família e seu povo. Assim, durante um longo ano, ele se dedicou exclusivamente a “preparar” sua saída. Durante esse tempo, ele convenceu sua esposa e filhos da necessidade do ato (algo difícil, porque ele mesmo não compreendia o que precisaria fazer nem aquilo que buscava) e organizou o principado política e administrativamente para que pudesse ser governado por um conselho regente composto de clérigos e monges de sua extrema confiança. Eles governariam com honra e sabedoria, até que o filho mais velho de Ashard pudesse assumir a posição de Sultão. Passados os meses, e sem nenhum alarde, Ashard partiu rumo ao coração do deserto, deixando apenas um pequeno bilhete para trás, dizendo à sua família que voltaria um dia.

Ashard deixou seu reino carregando apenas uma muda de roupas e mantimentos para apenas um dia de viagem. Ele estava convencido que o Caminho se abriria à medida que uma intervenção maior se fizesse necessária. Durante sua peregrinação, ele escondeu sua identidade, e por meio de pequenos serviços e pedidos de esmola, sempre conseguia água e comida para mais um dia, já que hospitalidade e caridade são os dois valores mais sagrados da sociedade de K’Mar. Mas eventualmente, ele se viu no meio de uma pequena comunidade recentemente assaltada por bandidos. Neste momento, ele deixou o pouco de água e comida que possuía para ajudar a aliviar um pouco o sofrimento daquelas pessoas, e partiu, sem nada.

Após um dia viajando sem comer nem beber nada, Ashard caiu inconsciente nas areias do deserto. Em meio a seus delírios, ele viu a imagem de um dragão dourado, e se lembrou subitamente dos Katas que praticava nos seus dias de estudante das Artes Dracônicas. Semiconsciente, ele se levantou e começou a executar os movimentos. A fome e a sede foram lentamente sendo “apagadas” de seu corpo, mas foram substituídas pela urgência de encontrar algo maior, o Bem Supremo. Ashard se lembrou dos livros que lera sobre os Paraísos Escalonados de Celéstia e da busca de muitos pela sabedoria que aguarda aqueles que vivem conforme os princípios do Bem e da Ordem. Neste momento, ele percebeu que isso era o que faltara durante toda sua vida. A conexão com o Bem Supremo, que jamais poderia ser feita enquanto ele vivia sendo servido por todos.

Diante dessa epifania, Ashard reafirmou seu voto de pobreza, humildade e castidade, e reforçou seu compromisso em buscar a sabedoria e o Bem por meio do serviço. Ele retornou ao pequeno vilarejo onde esteve, e após obter as informações necessárias, descobriu para onde os bandidos se dirigiram. Novamente, partiu, e três dias depois, retornou com todos os bens e animais roubados. Quando as pessoas se ofereceram para recompensá-lo, ele terminantemente recusou. Permaneceu apenas o suficiente para fazer uma humilde refeição e partiu novamente, com apenas uma muda de roupa e mantimentos para um dia.

Anos se passaram, e Ashard viajou por praticamente todos os reinos de Elgalor, buscando ajudar todos aqueles que surgissem em seu caminho, fosse oferecendo conselhos e sabedoria, fosse neutralizando criaturas malignas com seu poder. Durante algum tempo, chegou até a se unir a um grupo de aventureiros que combateram um grande mal que surgiu quando o Rei dos Rakshasas surgiu dos Nove Infernos. Sua dedicação inquebrável a seus votos lhe trouxe cada vez mais perto do Bem Maior, e para a surpresa do monge, aquilo não aumentou apenas sua sabedoria. Sua vida de abnegação absoluta e dedicação ao Bem e à Ordem conferiram a ele poderes sobrenaturais que aprimoraram ainda mais suas já impressionantes habilidades de combate. E com humildade e devoção, Ashard continuou utilizando esse poder em defesa dos fracos e para combater o mal e a corrupção no mundo. Não como um rei, mas como um simples andarilho. Sua descomunal força física e espiritual com o tempo conferiram a ele a alcunha de “Ashard, o Santo”.

Nota: Este personagem foi feito utilizando regras de um livro muito interessante de D&D3, chamado Book of Exalted Deeds (A contraparte do Livro da Escuridão Perversa) que, entre outras coisas, traz regras para criação de personagens que fazem votos como o de Ashard, que incluem nunca carregar itens mágicos. Como compensação, o personagem adquire diversos poderes e habilidades interessantes. Este é uma das únicas concessões que fazia em relação ao uso de material fora dos livros básicos; quando o conceito trazido era realmente bom, e a questão central não era deixar o personagem mais poderoso, e sim, melhor caracterizado. Para Ashard, realmente caiu como uma luva.

8 comentários:

  1. Eu pensava que o maior dos tolos seria você, Senhor das Brisas, mas vejo que Ashard realmente é um rei dos tolos! Ele praticamente abandonou uma vida de luxo, a família e sua posição como rei apenas para virar um escravo sem vontade própria de Jazirian? O senhor de Celestia é um réptil covarde que se esconde no topo de sua montanha no Paraiso da mesma forma que seu gêmeo profano se esconde no fundo do Inferno!

    A verdade não pode ser encontrada no Paraiso e nem no Inferno, mas sim nos sussurros dos senhores do CHAOS, que habitam além do grande turbilhão no Limbo! E apenas um deles, “aquele que tem muitos nomes”, é que costuma revelar a “verdade” da existência para os mortais, mas alguns não alcançam a “iluminação” ao contemplarem a razão da existência. Talvez eu ande um pouco por esses reinos áridos, que foram abandonados por esse tolo, e mostre para o povo o quão insignificantes e sem sentido eles, e suas crenças, são perante os cosmos! Eu me pergunto quantos irão suportar a “verdade”, HAHAHAHAHAHAHA

    Para provar que Ashard realmente merece o título de Rei dos Tolos pelo simples fato de ser um monge! Essa é uma classe inútil que nunca foi boa em momento nenhum! Esses infelizes nem mesmo possuem “esquiva sobrenatural”, nem um bônus de base de ataque alto e muito menos um dado de vida descente para um combatente! Até mesmo na 5e eles não prestam, e olha que meus cultistas se esforçaram em transformar todos em super-heróis! Eu me pergunto se Ashard consegue acertar um golpe em alguma coisa com CA descente, HAHAHAHAHAHAHAHAHA

    Não podemos nos esquecer do mais importante! O “jogador” precisa ter a mesma “cor/cultura” do personagem, se não tiver então vai estar fazendo “apropriação cultural”! Nós sabemos que D&D, hoje em dia, se trata de um “exercício de reforço de identidade” e não um jogo de “aventuras heroicas”, HAHAHAHAHA

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    1. (Ficou bem legal a história do Ashard, um rei abdicando da sua posição para achar algo além do mundo material. Lembra o Ra's Al-Assad, o ranger baklun (árabe) do Thiago, a diferença é que o Ra’s era pra ser um clérigo de Al’Akbar (esse deus foi modificado para ser bem mais próximo do islã) e liderar o califado de Ekbir, mas ele não conseguia gostar de ficar nos templos e palácios. Logo ele foi “exilado” (libertado pelo pai que sabia os desejos dele) e foi para o norte treinar para ser um ranger e conseguiu encontrar a paz ao viver na natureza.

      Aqui o pessoal fez umas mudanças no monge, porque ele era péssimo como combatente. Ele ganhou bônus base de ataque total, “Esquiva Sobrenatural” e D10 de dado de vida. Ele perdeu a habilidade de “Idiomas do Sol e da Lua”, mas ele ganha recebe as habilidades de “Passo Etéreo” e “Mão Vibrante” um pouco mais cedo e podem usar mais vezes por dia (duas vezes até o 20º nível), e no nível 20º ele não precisa mais se alimentar, respirar ou dormir (embora ainda deva descansar para recuperar suas habilidades diárias) e nem morrer por velhice.

      Mas a mudança mais drástica nessa classe foi que mudamos o nome dela para “Artista Marcial”. Isso foi pelo fato de não mudar a simbologia e significado da palavra “monge”. Isso foi uma parada que D&D fez muito errada, porque “monge”, na prática é qualquer pessoa devotada à vida monástica e clausura, que faz parte de uma ordem religiosa, independente se for cristão, muçulmano ou budista.
      https://www.dicio.com.br/monge/
      Um exemplo claro disso eram os templários, que eram monges guerreiros. Na prática quase qualquer classe de personagem pode vir a ser um monge. Um guerreiro devotado de Heironeous, um clérigo devotado de Pelor ou um mago devotado de Boccob. Isso abre um leque muito maior para explorar na criação de personagem.

      Uma coisa importante é que os monges artistas marciais (Shaolin na China e os Sohei no Japão) eram uma minoria do clero na Ásia, e eles usavam armaduras, escudos, arcos e toda sorte de arma. O que realmente era maioria eram alguns estilos de lutas regionais que se popularizam e se tornavam parte dos treinamentos diários dos soldados, mas havia algumas famílias que aperfeiçoavam alguns estilos variantes dessas artes marciais. Isso é bom pra aplicar no jogo porque realmente cria personagens inspirados em figuras históricas como o Huo Yuanjia, Masutatsu Oyama ou o Bruce Lee, e outros artistas marciais que se dedicavam completamente a arte marcial e não em conceitos religiosos.

      O engraçado é que a gente ficou um tempão discutindo como os “artistas marciais” conseguem despertar as habilidades especiais deles. Meu irmão deu a melhor resposta, e também a mais simples, de todas: “Os artistas marciais de D&D treinam tanto o corpo que eles chegam a se transformar em “super-humanos” e até transcender a “mortalidade” quando chegam no ápice.” Pior que pode parecer bobo, mas faz sentido, porque em D&D um artista marcial pode matar um urso pardo adulto apenas com socos, que é completamente absurdo, independente do físico e da arte marcial usada, mas em D&D faz sentido.

      Isso também consegue fazer ficar mais claro as distinções entre os personagens Oyama e o Ashard. Sendo o primeiro puramente um artista marcial que se preocupa primeiramente com sua arte e seu desenvolvimento físico. Já o segundo busca uma ascender espiritualmente usando sua arte marcial como um meio e não como um fim para atingir seu objetivo.)

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    2. Tolo servo do Caos, o que você e sua laia podem saber sobre a verdadeira sabedoria, quando tudo o que veem e perpetuam é a corrupção? Não há verdade ou o menor resquício de iluminação nos sussurros de seus mestres. O nobre Ashard aprendeu que um dos caminhos mais acertados para se obter sabedoria e iluminação verdadeiras está no auto sacrifício, abnegação e altruísmo. Coisas que vocês demônios são incapazes de compreender.

      Sobre o Caminho do Monge, saiba que em Elgalor ele carrega consigo grande poder, de modo que seus dedicados praticantes são extremamente úteis na guerra contra a Escuridão.

      (Sobre o "mais importante", sim, o jogador que criou Ashard, que foi o mesmo que jogou na campanha anterior com Aramil, o Sincero, seria hoje acusado de "apropriação cultural" entre outros absurdos, não tenho dúvidas...)

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    3. Semanas atrás, quando você mencionou Ra's Al-Assad pela primeira vez, me lembrei bastante de Ashard e também de um NPC que criei muitos anos atrás que era um ranger meio-elfo que vivia no deserto e caçava Yuan-Tis. Este conceito do príncipe/nobre que deixa o conforto de sua vida para lutar pelo o que é certo em uma terra inóspita é um conceito do qual gosto bastante. Tenho certeza de que apreciaria muito a história de Ra's Al-Assad, caso um dia tenha disponibilidade de compartilhar aqui.

      Sobre monges, a questão realmente é complicada. Nem mesmo o nome da classe realmente funciona, como você bem apontou. Eles melhoraram em D&D 3.5, mas ainda assim, eram o "patinho feio" de qualquer campanha. Dependia demais de valores altos em atributos, não tinha a eficiência de um guerreiro/bárbaro em combate direto, já que sua base de acerto era baixa e tinham consideravelmente menos pontos de vida, não tinha as habilidades periféricas do paladino e ranger que eram inestimáveis em certas situações, não era tão furtivo quanto os ladinos... Em suma, era uma classe com conceitos interessantes, mas que não funcionavam na prática. Como o jogador que fez Oyama gostava muito de monges (ele mesmo criou pelo menos 7 durante nossos anos de jogo), eu precisei fazer alguns ajustes. Até porque por vezes havia um clima tenso na mesa, já que o jogador que interpretava Aramil gostava muito de apontar a "inutilidade" da classe. Tanto que no "rascunho inicial", ele criou Ashard para provar que monges eram inúteis, mas depois gostou do personagem e se dedicou a ele.

      Na minha mesa, as modificações que fiz foram mais sutis, embora tenha gostado do que vocês montaram: Dividi os monges em dois grupos:

      O primeiro, era composto pelos monges focados na sabedoria. Esses, como Ashard, possuíam alguns pequenos poderes divinos e algumas magias de 1o-3o círculo como habilidades similares à magia, e podiam adquirir talentos como Expulsar Mortos-Vivos. Estes monges eram combatentes medianos (como o monge padrão do livro), mas tinham um valor muito grande como personagem de suporte/apoio, já que podiam curar, conjurar proteções, remover doenças, etc.

      O segundo, do qual Oyama fazia parte, eram chamados aqui de Lutadores (embora artista marcial também fosse um nome excelente), eram realmente voltados para o combate. Eles não possuíam as habilidades contemplativas do monge padrão, mas recebiam Foco em Arma e Foco em Arma Superior como talentos adicionais, Redução de Dano (1-3) e podiam, no início de cada turno, transferir o bônus de AC que a classe confere para suas jogadas de acerto. Em combate, eles eram tão eficientes quanto guerreiros e bárbaros, tanto que durante quase metade da campanha das Crônicas de Elgalor, Oyama foi o "guerreiro" do grupo, especialmente depois das mortes de Erol (ranger) e Bulma (bárbara).

      Em relação à fonte dos poderes, eu trabalho da mesma forma que seu irmão: O poder do monge/lutador vem da maximização da capacidade física ou espiritual por meio de treinamento árduo e disciplina, até que cheguem em um nível sobre-humano; monges como Ashard são capazes de executar grandes feitos por conta de sua elevação espiritual combinada com máxima disciplina física (semelhante aos primórdios dos Shaolin, quando Bhodidarma começou a treinar os primeiros monges, onde o treinamento físico era feito apenas como forma de permitir aos monges aguentar praticar as meditações mais exigentes). Lutadores como Oyama treinam obsessivamente para desenvolver seus corpos de modo a literalmente transformá-los em armas (como os karatecas japoneses do estilo kyokushin, onde os mais graduados são capazes de matar um bisão com apenas um golpe no crânio - algo extremamente estúpido de se fazer, mas enfim... eles realmente conseguem).

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    4. Senhor do Sofrimento2 de outubro de 2023 às 13:29

      Preciso te corrigir, Senhor dos Tolos, mas não somos demônios, mas sim “trans-planares”, afinal, a palavra “demônio” é um termo pejorativo e preconceituoso para os Tanar'ri, mas que agora está sendo corrigido graças a nova diretoria da Wizards e ao jogo “Gomorra’s Gate 3”, com os tieflings sendo uma visão extremamente comum nos mundos de D&D agorae bem aceitos agora! Uma vitória do amor, HAHAHAHAHA

      Você, e Ashard, precisam entender que a verdade é “subjetiva”, e ela só vale alguma coisa quando a maioria diz que é, afinal, hoje em dia 1+1 é 5, já que meus servos dizem que a matemática é “opressora”. Isso prova que Ashard é um tolo e que toda sua vida não passa de uma ilusão, e ele irá virar poeira cósmica no momento em que eu me apropriar de Elgalor da mesma forma que me apropriei da Terra Média! Eu só preciso esperar até nasça um “Simon” da sua linhagem, HAHAHAHAHAHA

      (O Ra's Al-Assad, cujo nome real é Adnan al-Jamil Ibn Xargun, era o personagem do Thiago, um humano ranger que é o filho mais velho da 1º esposa do Califa de Ekbir. Ele era o herdeiro por ser o primogênito e deveria ser um clérigo de Al’Akbar, mas ele era muito rebelde (caótico e bom) e não tinha a vocação para o sacerdócio. O Califa exilou o filho como uma “punição” pela rebeldia do personagem, mas a verdade é que ele quis foi libertar o filho e o mandou para um amigo conhecido, como Rashid, na fronteira que era um ranger que patrulhava o norte do califado e treinou o rapaz nesse caminho.

      O ex-principe se tornou um ótimo ranger com o treino do velho Rashid, se revelando um excelente arqueiro, cavaleiro, domador de animais, mas ele se destacou mesmo na área da medicina, que ele já tinha pelo treino de clérigo e que foi melhorado ao colocar em prática e de ter aprendido a arte do herbalismo. Além disso ele manteve muito da educação de nobre, sabendo falar bem, conhecendo etiqueta palaciana, leis, costumes e também é um bom tocador de oud (um alaúde árabe). E quando ele terminou o treino, a prova final dele foi caçar um leão que estava matando rebanhos e pastores num vale. Ele conseguiu matar o animal e com isso ganhou o nome “Ra’s Al-Assad” (Cabeça de Leão) pela coragem dele ao finalizar a fera em um combate corpo a corpo com uma cimitarra para salvar umas crianças que haviam sido encurraladas. Mas ele quase morreu nisso e ficou com as cicatrizes como prova de coragem e marcas de orgulho.

      Ele teve muitas aventuras, especialmente caçando ghouls (carniçais, e essas criaturas tem um verdadeiro reino subterrâneo das montanhas Yatil e em boa parte dos reinos baklun), necromantes, bandidos, yuan-ti (esses habitam os charcos e o subterrâneo entre parte dos reinos baklun e o império dos shao (China). Sem falar que ele já viajou em Flanaess e Shaofang. Sendo que ele é uma lenda na Rota da Seda.

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    5. Senhor do Sofrimento2 de outubro de 2023 às 13:29

      As aventuras mais notáveis foram ele salvar uma princesa dos janni (esses gênios na nossa mesa foram enfraquecidos e se tornaram uma raça jogável), recuperou a taça de waliya (palavra pra santa) Atima (que é a filha do profeta Mohmad que era uma santa curandeira devotada a Al’Akbar) e impediu que tanto essa taça, quanto a taça de Pholtus caíssem nas mãos de Iuz (que queria usar elas para corromper elas e virar um deus intermediário), e também ele foi um dos heróis que ajudou a restaurar (suando ambas as taças) a fonte da cura na cidade de As-Atimah (Polvar no original e que é o equivalente a mistura da cidade de Jerusalém e de Medina na nossa mesa. Essa cidade é importante pros baklun porque é o local onde Waliya Atima curou muitos baklun ao dar a vida dela oferecendo água para os doentes de uma pragae ela se recusou a beber da agua para oferecer aos outros, mesmo com ela morrendo devido a doença. Em honra ao sacrifício dela, Al-Akbar abençoou a fonte para que todos que bebessem dessa água fossem curados. Mas essa fonte foi destruída quando um enorme exército de ghouls atacaram a cidade, e anos mais tarde, o santo Pholtus, na nossa mesa o São Cutberth foi fundido a esse deus, recuperou a fonte ao ascender a divindade. Daí essa cidade é sagrada tanto para os baklun quanto para os povos de Flanaess, e de tempos em tempos rola uma Cruzada/Jyhad pela cidade).

      Uma coisa curiosa do Ra’s é que ele foi abençoado com uma grande longevidade pelos janni ao salvar uma das princesas desse povo. Bem ao estilo do Aragorn, mas com um tempo de vida maior, porque o personagem tem mais de 160 anos, mas parece estar com uns 32.

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    6. Senhor do Sofrimento2 de outubro de 2023 às 13:30

      Uma coisa que esqueci de falar é que aqui não usamos mais a regra de “Voto de Pobreza”. Antes a gente usava, tanto que já teve um monge, um druida e dois “bárbaros” (que eram flagelantes fanáticos de Pelor bem no estilo do Warhammer). Só que daí o meu irmão e o Thiago removeram essa opção pelo fato que ela não é um defeito em si. Mas modificaram a ideia para poder apenas usar objetos feitos pelo clero e itens mágicos (relíquias sagradas) feitos por sacerdotes da divindade patrona do personagem. Isso foi feito muito pra ser triste ter que se separar de um objeto, sem falar que os itens não pertencem ao personagem em si, mas ao “clero” e ele apenas está recebendo “emprestado”. Um exemplo disso seria o Sir Osvand (que era um “rival” do Arlland), que era um paladino monástico com voto de pobreza e que doava tudo para a ordem, mas para equilibrar, os clérigos “abençoavam” (encantavam) as armas e armadura dele, e lhe davam pequenas relíquias (itens mágicos) para ele usar em nome da Ordem do Relâmpago Branco (dedicados ao São Torbald, o Relâmpago Branco). A ideia é mais ou menos isso aqui do filme, mas só precisa olhar os primeiros 6 minutos que vai entender a ideia das “relíquias”.
      https://www.youtube.com/watch?v=3fpvOyD5Jr0

      Uma coisa importante também é sobre os santos. Os requisitos para virar um “santo” na nossa mesa o personagem precisa ser de uma dessas classes: clérigo, privilegiado ou paladino. Além disso, ele precisa em algum momento se abster do mundo e tomar votos monásticos (pobreza, abstinência, castidade e etc) e.... morrer em nome da fé heroicamente, seja se sacrificando para conjurar um milagre que cure todas as pessoas em um reino ou se sacrificar para matar um demônio maior. E caso o personagem seja canonizado santo depois da morte, ele não pode ressuscitar. O legal disso é que dá um sentido de legado no cenário, com cavaleiros e clérigos fundando uma ordem com o nome do personagem e tratando as armas, armadura e objetos do mesmo como “relíquias sagradas” da ordem. E caso um personagem novo seja membro dessa ordem, ele pode receber a maior honraria de usar a arma ou armadura do santo em combate. Isso é bem maneiro, porque não trata o item mágico como um objeto qualquer para ser vendido, mas sim uma herança passada de mão em mão e pode ajudar os personagens em momentos cruciais da campanha. Sem falar que se tornam verdadeiros legados no jogo, conectando o passado e o presente no cenário.

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    7. Deixe-me retribuir o favor e também corrigi-lo, Cria do Abismo. Como dizem os mais antigos, uma flor continuará sendo uma flor independentemente do nome que dermos a ela. Você e seus cultistas podem criar todo um alfabeto novo baseado na Língua de Mordor, mas a Verdade jamais mudará, pois ela não é "subjetiva".

      (Obrigado por compartilhar a história de Ra's Al-Assad. Ele realmente lembra um "Aragorn Árabe", e é um excelente personagem. O tipo de personagem que jamais encontraremos em streamings ou livros recentes de D&D. Tenho um pequeno projeto em mente sobre um e-book com histórias de personagens e contos, como forma de mostrar aos mais jovens como são verdadeiros personagens de RPG. Assim que tiver organizado tudo, postarei aqui, e ficaria honrado se vocês participassem. De qualquer forma, mais um excelente personagem de sua mesa.

      Sobre o voto de pobreza, ele foi utilizado uma em minha mesa única vez em cerca de 20 anos de jogo, e por isso, foi algo que não dediquei muita atenção. Mas entendo a decisão de seu irmão e Thiago a respeito. Faz sentido, especialmente considerando a questão dos equipamentos santificados de Sir Osvand e a Ordem do Relâmpago Branco.

      Quanto aos requisitos para se tornar santo, concordo plenamente com cada linha do que colocou aqui, incluindo a questão do uso das relíquias sagradas, e principalmente na conexão entre passado e presente no cenário. Ashard foi chamado de santo em alguns locais por onde passou por conta de pequenos "milagres" que realizou, mas uma vez que ele ainda está vivo, ele não é um santo de fato. Eu havia, contudo, preparado uma história que nunca foi trabalhada onde ele passaria por um "batismo de fogo" no estilo de Galdalf o Cinzento enfrentando o Balrog de Moria. Ele pereceria no processo, mas retornaria depois como um verdadeiro santo).

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