quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Heróis de Elgalor: Darion Dragonshield

 Darion Dragonshield (Paladino, nível 13)
Raça: Humano
Tendência: Leal e Bom

Darion passou boa parte de sua vida adulta como um mercenário e caçador de recompensas. Apesar de nunca realizar trabalhos de moral questionável, era aficionado por batalhas, e se envolvia em conflitos mesmo sob a menor provocação. Quando os contratos começaram a ficar mais escassos e menos lucrativos, ele aceitou temporariamente um trabalho como membro da guarda na cidade de Meribia. Seu temperamento belicoso e bebedeiras constantes fez com que não conseguisse progredir na carreira militar, mas como aceitava qualquer tipo de missão, acabou sendo tolerado.

Poucas semanas após sua entrada na guarda, começaram a surgir rumores de locais sagrados e outras tumbas sendo destruídas por todo o norte. O capitão da guarda de Meribia decidiu enviar um destacamento na ruína mais próxima à cidade, e Darion foi um dos escolhidos para investigar o local. Quando chegaram lá, já era noite. Ao revirar as pedras e escombros, começaram a ouvir ruídos macabros vindos da terra. Antes que pudessem sequer tirar completamente as espadas das bainhas, ghouls subiram mordendo e rasgando tudo o que havia pela frente. Pegos de surpresa e também apavorados com as terríveis criaturas, os soldados se defenderam de maneira precária, e foram, um a um, caindo vítimas dos ataques dos mortos-vivos.

Quando Darion foi atingido por uma garra perto da garganta, caiu ensanguentado no chão e viu seus companheiros também agonizando, pedindo desesperadamente que seus deuses acolhessem suas almas. Neste momento, Darion sentiu um forte vazio, que o deixou ainda mais assustado; ele obviamente acreditava na existência dos deuses, mas nunca se ligou a nenhum, e frequentemente ridicularizava pessoas crédulas e devotas. Desapontado consigo mesmo e com a forma como viveu sua vida, ele percebeu que a coragem de que tanto se gabava era completamente vazia, e se conformou com a ideia de que morreria sozinho, sem esperanças, e pior, completamente apavorado.

No momento em que os ghouls começaram a se abaixar para devorar suas vítimas indefesas, os soldados ouviram um forte estrondo e bater de asas. Darion olhou para cima, quase inconsciente, e viu um imenso dragão prateado descendo. Os olhos da majestosa criatura brilharam, e uma forte luz envolveu o local como um clarão. Quando Darion e seus companheiros, ainda agonizando, conseguiram abrir os olhos, os ghouls haviam virado pó, e diante deles, estava apenas o majestoso, porém, assustador, dragão. A nobre criatura fez um pequeno gesto com a cabeça, disse algo em um idioma que nenhum dos soldados conhecia, e subitamente, as feridas de todos começaram a se fechar. Atônitos, os soldados se ajoelharam, choraram e agradeceram a seus deuses pela chance de uma “segunda vida”, já que todos, sem exceção, já se consideravam condenados. O dragão parecia satisfeito em ter ajudado, mas nada disse. Ele permanecia imóvel.

Darion se levantou devagar, ainda tentando entender se aquilo realmente havia acontecido, e viu seus companheiros fazendo uma reverência de agradecimento ao dragão e voltando às pressas para a cidade. Em instantes, restavam apenas ele e a grande criatura.

- Uma experiência de quase morte é algo que nos faz questionar muito sobre nós mesmos, porque remove, de maneira brutal, o véu da ilusão que colocamos à frente de nossos olhos durante toda uma vida– falou finalmente o dragão, intrigado com atônito humano parado a sua frente - O que pretendes fazer agora, pequeno?

- Encontrar um caminho a seguir, e algo em que acreditar – disse ele por fim, tentando colocar as palavras em ordem.

O dragão esboçou algo que parecia um pequeno sorriso.

- Então, viajes comigo. Contarei a ti histórias sobre Bahamut e Seus ensinamentos, e talvez, encontres os que buscas...

Deste dia em diante, O Espada Negra morreu, e em seu lugar, surgiu o Escudo do Dragão. Darion começou uma longa jornada que o tornaria um homem completamente diferente; ele havia encontrado uma fé que não sabia que existia dentro de si, e com ela, uma razão pela qual lutar e a compreensão do que é a verdadeira coragem. Os erros de seu passado ainda voltariam para assombrá-lo, pois como seu mentor dracônico dizia, a vida não nos permite escapar de nada daquilo que fizemos, seja bom ou ruim. Todas as dívidas precisam ser pagas, da mesma forma que todas as dádivas, até o fim, serão retribuídas. Mas independente do que seu destino reservava, Darion aceitava com dignidade todas as pedras que surgiam em seu caminho, e se esforçava para ser um ponto de luz para todos aqueles cujas vidas ele tocaria".

4 comentários:

  1. Gronark, o Senhor do "Amor"9 de novembro de 2023 às 12:15

    Então esse é o “Querido Terence” versão “tropical”? Devo dizer que Bahamut ter saído do armário não me surpreendeu muito, mas o que me surpreende é fato dele colecionar rapazes com um entusiasmo igual a uma criança colecionando pokémon. Eu posso até imaginar as incríveis “aventuras” coloridas de Bahamut, com seus “ Queridos Terences” “cavalgando” o dragão de platina em um céu arco-íris. O vídeo que mandei mostra exatamente o que os cleros de Bahamut são verdadeiramente. Lugares de muito “amor”, HAHAHAHAHAHAHA

    https://www.youtube.com/watch?v=AO43p2Wqc08


    (Eu tinha me esquecido o histórico da Frigga, mas eu dei uma olhada no caderno do meu irmão e do Thiago pra refrescar a memória. A anã era filha caçula de Grimbul Quebra-Rocha, o Thane do Clã Quebra-Rocha, que tinha outros três filhos. Por ela ter sido a única menina e ter sido criada muito próxima dos irmãos a garota cresceu com um espirito bem combativo, mas também rebelde por sempre ser tratada como uma princesa.

    Durante a criação dela, a Frigga frequentava o culto de Berronar junto com outras jovens da mesma idade para aprender seus deveres como uma anã para a fortaleza, mas não demorou muito para a Matriarca do clero local avisar o Thane de que o melhor a fazer com a garota era deixar ela ser treinada pelos trovadores (bardos), porque os únicos traços femininos que a Frigga apreciava eram o amor pela musica e pelo conhecimento. E também ressaltou que se ele demorasse muito, a anã poderia vir a se tornar uma “Filha de Haela” (clériga dessa deusa) e daí ele não poderia mais segurar a garota.

    A Frigga então foi enviada para treinar na arte da voz pelo trovador ancião Garod Barba-Cinza (Tanto que foi nessa época que começamos a usar o bardo do Monte Cook e usar um pouco a lore da “voz” dos Greybeards de Skyrim). A anã aprendeu a lutar, usar instrumentos musicais, as histórias e tradições anãs e de outros povos, e o mais importante, aprendeu a usar o poder da “voz”. Tanto que o teste final dela foi quebrar uma pedra no “grito”.

    A anã era uma lutadora bem entusiasmada e adorava ir junto com as patrulhas anãs para explorar o subterrâneo para o pavor de seu pai e irmãos. Numa das batalhas em que ela participou, seu clã lutou ao lado de outro clã anão, o Martelo Negro contra uma incursão de goblins no vale que ambos os clãs dividiam. Nessa batalha, o capitão anão Durgnar, o Alto, viu a Frigga lutando enquanto a escutava cantar. Nisso o anão ficou completamente apaixonado, mas não conseguiu chegar perto da barda por ser tímido.

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    1. Gronark, o Senhor do "Amor"9 de novembro de 2023 às 12:15

      Mas depois da batalha, ele começou a enviar cartas e presentes para ela e sua família como forma de cortejo, e Grimbul estava mais do que satisfeito com a ideia, já que sabia que Durgnar era um guerreiro honrado e tinha posses o suficiente para dar uma vida confortável, tranquila e abastada para a filha. Mas a Frigga ficou horrorizada imaginado que iria ter que virar uma dona de casa, pois ela queria ser uma heroína igual aos que são contados pelos trovadores. Para evitar esse destino, ela pediu para se juntar a uma caravana comercial que iria até as terras baixas para fazer comércio com os homens. Ao chegar lá, a anã se separou para ir ver as “casas de banho” humanas e aproveitou a brecha para fugir da cidade o mais rápido que pode.

      A Frigga então passou a viver um tempinho como mercenária, usando uma cota de malha, machado, tambor e flauta. Ela vivia o seu sonho, lutando, cantando, ganhando glória e riquezas igual as histórias que ouvia. Não demorou muito para ela encontrar o Arlland e a Selwynna no meio de uma invasão de zumbis numa aldeia (no sentido europeu). A anã rapidamente se juntou a dupla pelo fato de saber que paladinos sempre buscam inimigos terríveis para combater e suas ações são fonte de inspirações para canções e histórias. Para salvar a vila de um terrível necromante, os três se uniram com Harkhon, um draconato (que passou pelo Ritual das Escamas) clérigo de Bahamut, Bônica Ardin, uma ladina/maga gnoma, e Zounix, o goblin ranger com uma aranha (que crescia bastante) como companheira animal. Esse bando conseguiu fazer bastante façanhas heroicas, incluindo frustrar os planos da antiga mentora da Selwyna, a Bruxa Dajarin de assumir o controle nas Terras do Escudo usando suas “filhas” e até mesmo resgatar o Nubling que estava preso numa armadilha temporal.

      Mais tarde, a Frigga foi encontrada pelo Durgnar e Grimbul, graças a fama como membro dos “Heróis do Escudo Sagrado” (nome que o grupo ganhou quando salvaram as Terras do Escudo). Mas logo virou uma discussão generalizada, com ela não querendo voltar pra casa e o pai ameaçado que faria o voto de Grimnir caso ela não voltasse. Como meio termo, Durgnar sugeriu que ele viajasse com o bando para que os dois se conhecessem melhor. Nisso o bando descobriu que a Dajarin trabalhava com o culto de Zargon, um mal ancestral que era subordinado de Tharizdun, para reviver essa entidade. O culto ajudava ela com lacaios e cultistas para controlar as Terras do Escudo, e em troca, a bruxa entregava algumas relíquias sagradas, como o crânio do santo Guardião das Terras do Escudo, um pedaço do cajado de Obad-Hai e um frasco do sangue do falecido deus Zodal, para o culto romper o selo que aprisionava Zargon.

      O problema é que quando o grupo descobriu isso, o selo que aprisionava Zargon já estava parcialmente desfeito, e era apenas uma questão de tempo para esse anti-deus iria se libertar. O Nubling explicou a história desse mal ancestral, relatando que armas mortais não poderiam matá-lo, e nem mesmo os deuses poderiam se manifestar no plano material perto dele sem perderem seus poderes. Então ara derrotar permanentemente a monstruosidade, o gnomo disse para o bando explorar a Tumba do Vardalon (que não estava morto, mas sim tinha ido para os planos exteriores) para buscar o “Cortador”, o machado deus Stratis, que é um artefato lendário, com vários nomes, que maior poder é de destruir extraplanares e aberrações permanentemente. (Uma coisa legal dessa arma é que ela é uma referencia ao jogo “Golden Axe” que o pessoal aqui jogava quando era menor, e ainda jogamos, hahaha). Lá o grupo recuperou a arma, mas quase foi morto por um Senhor das Profundezas que era o guardião da câmara dos tesouros.

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    2. Gronark, o Senhor do "Amor"9 de novembro de 2023 às 12:17

      Para descobrir onde ficava a antiga cidade onde Zargon foi aprisionado, o bando precisou explorar a “Torre de Leires” (Referência a uma torre do “Legend of Mana”), que dizia haver um espelho que era capaz “espionar” qualquer um que estivesse em Oarth. Passamos pelos desafios para conseguir usar o “Espelho da Lua” no topo da torre. Lá a Selwyna usou o espelho para descobrir a localização da antiga cidadela que Zargon estava preso, mas a abominação conseguiu também ver a meio-elfa e a atacou mentalmente quase quebrando o espirito dela, mas ai o Arlland segurou a mão dela para ajudá-la e mostrou machado pro Zargon e fez com que o anti-deus fugisse. (Bem no estilho do Aragorn do vídeo a baixo). O legal é que durante essas aventuras, a Frigga e o Durgnar se aproximaram bastante, com a barda vindo a respeitar o anão ainda mais pelo fato dele ser diferente do pai dela, já que o capitão gostava dela por ser corajosa e honrada, e não só por ser bela.

      https://www.youtube.com/watch?v=Oz_njsPDGRs

      Ai todo mundo se teleportou para as ruínas de Cynidicea, no Deserto Brilhante, e lá houve a batalha épica contra Zargon e seu culto pelo destino de Oarth, já que se ele se libertasse totalmente e recuperasse o seu poder totalmente, nada no plano material iria conseguir parar ele. (meu irmão e o Thiago deram uma tunada nele, e no nosso jogo ele só estava com 1/2 do poder dele e mesmo assim estava com ND 23). Durante a batalha final, parte do grupo estava ocupada enfrentando os cultistas e as “gosmas” dele, e a Frigga caiu ferida e foi salva pelo Durgnar que quase morreu para manter ela a salvo, e nisso ela se apaixonou por ele. Já a outra parte do grupo estava enfrentando o Zargon e por MUITA SORTE, o Arlland conseguiu dois 20 naturais com o machado e conseguiu matar a abominação (isso porque ele já tinha deitado meio grupo, e só restava o paladino e bruxa de pé, e eles seriam trucidados na outra rodada).

      O problema aconteceu mesmo quando Zargon levou o último golpe, ele atacou o paladino com todas as forças em um ataque final que amaldiçoou o paladino com um veneno horrendo. O Nubling e a Selwyna conjuraram uma magia que colocou o Arlland num estado de animação suspensa, e levaria quase 100 anos para que o “elixir da vida” (pedra filosofal), criado pelo gnomo, limpasse o corpo do paladino.

      Esse foi o final da campanha da Frigga, já que foi ela quem pediu o Durgnar em casamento e teve uma baita festa para encerrar essa campanha, ao mesmo tempo que o Arlland ficou “dormindo” sendo cuidado pela Selwyna até a hora dele acordar.

      O Zargon que usamos foi o do Elder Evils, mas mais fortalecido, e a história dele mudou, sendo que ele virou uma criação do Tharizdun para enfrentar os deuses, e ele quase matou o Pelor e o Obad-Hai, porque eles não conseguiam matar ele permanentemente, mas o Nerull podia, pois ele é o “Deus da Morte”. Então para fugir dele, Zargon aproveitou uma brecha e jogou o seu chifre em Oarth para se regenerar com o tempo e se esconder dos deuses, já que ele sabia que as divindades não poderiam enfrentá-lo no plano material. Ai foi a história seguiu similar ao lore dele oficial, com a diferença que ele matou alguns desses menores e foi selado em uma pedra pela heroína (e depois deusa) Xan Yae.)

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    3. Pérfido demônio, sua afronta contra o Senhor do Vento do Norte não passará impune! Você e seus cultistas da Square Enix pagarão por esse ardil.

      (Admito que "versão tropical" ficou engraçado. Consigo imaginar uma turba de desocupados reclamando da sua brincadeira e erguendo seus forcados digitais, mas naturalmente, sem levantar do sofá, pois isso seria esforço demais para eles.

      Sobre Frigga, eis uma incrível coincidência. Dois dias atrás, minha esposa e eu estávamos conversando e ela reclamou da retratação acéfala de protagonistas femininas nos dias de hoje; todas "transgressoras, independentes, empoderadas e originais", mas sempre fazendo a mesma coisa e agindo de forma egoísta e burra. Disse à ela que você havia compartilhado a história de uma anã "transgressora" chamada Frigga, que saiu para se aventurar como forma de fugir de um casamento arranjado, mas que o fim, acabou se aventurando com o anão a qual estava inicialmente prometida, e se apaixonou por ele, por fim, se casando. Ela adorou a história e a personagem, mesmo com o pouco que consegui contar na época, e disse "nossa, esse sim é o meu tipo de história!".

      Vou mostrar a ela o que acabou de escrever sobre Frigga, e tenho certeza de que ela irá apreciar bastante. Acho muito interessante a forma como vocês conseguem construir boas histórias e bons personagens em suas mesas. Meu grupo antigo construiu ao longo das décadas muitos personagens memoráveis, mas sempre que leio suas histórias, percebo que não chegamos a esse "nível". Por isso, sempre reforço que se o seu grupo fosse o "Vox Machina" dos dias de hoje, o RPG estaria em uma situação muito, MUITO diferente).

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