quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Heróis de Elgalor: Dwalin Ironwolf

Dwarven Ironwolf (Bárbaro, nível 13)
Raça: Anão
Tendência: Leal e Neutro

Dwalin Ironwolf era um guerreiro nascido e treinado na cidade fortaleza de Thoraddar, localizada na porção sul de Elgalor, e, portanto, bastante longe de Darakar, o reino dos anões. Fiel devoto de Moradin, e principalmente, de Clanggedin Silverbeard, Dwalin fazia parte do exército da cidade, ocupando o posto de capitão, liderando o batalhão do qual fazia parte seus dois filhos. Thoraddar foi construída em uma montanha rica em mitral, mas a região que a rodeava era erma, e bastante hostil. Por isso, conflitos contra tribos de orcs eram constantes.

No momento em que um clérigo orc chamado Urük Olho Sangrento conseguiu consolidar seu domínio sobre as cinco maiores tribos de orcs da região, a cidadela foi sitiada por quarenta dias. Durante a última batalha, que praticamente destruiu Thoradar, Uruk foi morto, e sem a liderança do clérigo, o que restara de seus exércitos acabou sendo rompido por conta de brigas internas pela liderança.

Essa divisão interna fez com que muitos orcs abandonassem o campo de batalha, enquanto outros caíram perante os machados dos anões que defendiam sua morada com as últimas forças. Ao final do cerco, não havia um lado vencedor.

Neste último confronto, os dois filhos de Dwalin caíram em batalha, mas ele, por um milagre (ou maldição) dos deuses, conseguiu sobreviver, mesmo estando mortalmente ferido. Na ocasião, ele foi trazido de volta por seus companheiros, mas ao saber do destino de seus filhos, foi atormentado por uma culpa e fúria avassaladora. Ele deixou a cidadela e decidiu encontrar seu fim em batalha, matando o maior número de orcs que pudesse neste meio tempo. Furioso também consigo mesmo por sua falha em proteger seus filhos, ele abandonou a armadura e decidiu que sua única proteção daquele dia em diante seria seu ódio. 

Após algumas semanas vagando e caçando orcs, ele eventualmente se lançou contra um bando de guerra das criaturas, e foi derrotado. Pouco antes dos orcs arrancarem sua cabeça, dois lobos espectrais surgiram, atacando ferozmente os monstros. Dwalin se levantou e lutou ao lado dos lobos, e graças a eles, os orcs foram eliminados. Ferido e delirando, Dwalin, em um instante de lucidez, pensou ter visto os olhos de seus filhos nos lobos pouco antes que desaparecessem logo após o término do massacre.

Essa experiência fez com que o anão conseguisse controlar e direcionar melhor sua fúria; ele manteria seu juramento, e destruiria todos os inimigos de seu povo que cruzassem seu caminho, antes que os malditos chegassem aos portões de uma fortaleza de seu povo, como ensinava Clanggedin. Mas agora, seu foco não estava mais em buscar a própria morte, mas sim, em honrar seus filhos no campo de batalha e lutar para que outros anões não precisassem velar suas crianças como ele precisara.

Dwalin sabia que eventualmente, morreria lutando, assim como seus filhos. Sua alma estava em paz com isso. Especialmente porque até que sua última batalha chegasse, ele garantiria o último dia de vida de muitos, muitos orcs”.

3 comentários:

  1. Dwalin é a prova de que o povo anão já está com os dias contados! Praticamente ele é um inútil que não pode proteger nem seus próprios filhos, muito menos seu povo em geral. Mas a maior tolice dele é querer buscar uma morte heroica, já que ele só precisaria se jogar de alguma ponte para se livrar da vergonha de continuar respirando. Mas é muito esperar algum resquício de sabedoria nessa raça tola, já que estão sendo exterminados sem dó pela horrenda aliança drows, skavens e dwur-ghaar (esses sim, verdadeiros anões!).

    (Pior que o pessoal aqui gosta de fazer slayers só pra ver quanto tempo o personagem vai durar. Mas o voto de Grimnir não se resume a somente bárbaros, mas sim a “quase” todas as classes podem pegar esse voto (artistas marciais e runistas não ganham os benefícios se virarem slayers). Ai o personagem ganha +4 de esquiva na CA +1 para cada quatro níveis de classe que tiver, imunidade total a todo tipo de medo, o talento “Vontade de Ferro”, e podem dar um “golpe de retribuição”, caso o personagem morra (com -10 negativos) ou fique com pontos de vida negativos e escolha morrer. Mas tem os seguintes defeitos: não podem usar armaduras e escudos, só podem usar armas/magias a distância até 9 metros, não podem ser revividos caso morram, só podem ter os tesouros que puderem carregar (bolsa arcana e meios mágicos de transportar peso são proibidos pra eles), e os defeitos (flaws) “Rancoroso” (Grudge Keeper) e “Implacável” (Implacable), mas o Slayer não pode recuar de numa batalha, e só pode fugir em dois casos, que é para salvar outra pessoa caso ninguém mais possa carregar ela ou para um bem maior, como fugir de um exército de orcs para avisar uma vila do ataque iminente, nesses dois casos o efeito do “implacável” se aplica.

    O interessante é que não é só os anões que falham e são desonrados que tomam o voto de slayers, aqueles que não aguentam mais viver devido alguma grande perda ou vergonha pessoal também tomam o voto. Um exemplo seria que mesmo se o Dwalin tivesse salvo a fortaleza e o povo, mas os filhos dele tivessem morrido. Ele poderia ser aclamado pelos anões como herói, mas mesmo assim ele iria assumir o voto de Grimnir e raspado a cabeça para virar um slayer em busca de uma morte gloriosa. Pior que se você usasse Grimnir e os Slayers, o Dwalin seria duplamente amaldiçoado por ter sido salvo pelos lobos, já que ele entenderia que a morte dele iria demorar e que ainda não seria digno de olhar os filhos depois da morte, hahahaha

    Uma coisa legal dos Slayers é que eles são praticamente um culto e são fáceis de incluir em qualquer aventura, já que eles buscam a morte. Tanto que vou botar aqui o juramento deles para virar um deles;
    “Eu sou um Anão! Minha honra é minha vida e sem ela eu não sou nada. Me tornarei um Slayer. Buscarei a redenção aos olhos de meus ancestrais. Eu serei como a morte para meus inimigos, até enfrentar aquele que levará a minha vida e minha vergonha."

    Os slayers mais notáveis que tivemos aqui foram o Vurgrim Cabelo de Fogo, um feiticeiro piromaníaco e Thrund Olhos-Vermelhos, que era um berserker clássico.

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    1. O motivo do Vurgrim ter virado um slayer foi quando ele despertou os poderes dele quando era um adolescente e discutia com a irmã, e queimou a coitada sem querer. Isso horrorizou ele e sua família, mas mesmo assim entenderam que tinha sido um acidente, já que era dito que a linhagem dele tinha sangue de azers (anões do fogo). Mas o anão não aguentou a vergonha e tomou o voto de Slayer, mas ele teve sorte já que foi treinado por Gornund Grimnirson (apenas clérigos de Grimnir podem ter esse sobrenome), um slayer clérigo de Grimnir que ensinou o jovem feiticeiro a lutar e controlar os seus poderes (tanto que ele usava a variante “Battle Sorcerer” do “Unearthed Arcana”).

      O Thrund era um soldado ousado e furioso, aspirante a battlerager (berserker), de Karak Grygax (que no nosso jogo fica nas colinas e não na costa). O anão era completamente insubordinado e só era respeitado pelo fato de ser o melhor lutador do esquadrão dele. Mas em um combate contra um bando de guerra orc, ele saiu da formação para matar o líder inimigo e fez o combate virar uma escaramuça generalizada. Quando a luta acabou, Thrund viu que só havia sobrado ele e um outro companheiro que já estava morrendo, e esse anão começou a acusar Thrund dizendo que a morte de todos ali era por culpa da sede de glória dele antes de morrer. Enlouquecido pelo remorso, o furioso fugiu do campo de batalha e fez seu voto de Slayer sozinho, marcando em si próprio as marcas do juramento e cortando seu cabelo, deixando apenas uma pedra entalhada com sua história para trás.)

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    2. Tolo demônio, sabedoria e resiliência é o que não falta aos senhores da forja! Diferente de seus infelizes cultistas, que nada sabem além da cartilha torpe que você escreveu a eles, e desmoronam ao menor sinal de problemas, os anões estão acostumados e enfrentar situações impossíveis. E sobreviver a elas.

      (Gosto muito do conceito dos Slayers. Eles não são meros "berserkers" sem sentido, há toda uma história por trás de cada um deles. O lema do culto, por si só, já é algo que merece (muitos) aplausos. Honra, redenção e sacrifício são valores sagrados, e os slayers trabalham os três de forma magnífica. Em Warhammer Fantasy, Ungrim Ironfist é meu personagem favorito, e não apenas pelo fato de ser um dos maiores guerreiros da história, mas pelo conflito que teve que lidar quando seu filho morreu. Por vergonha insuportável, ele fez o juramento dos Slayers, mas por senso de responsabilidade, já que era um rei, precisava equilibrar isso a suas obrigações e bem estar de seu povo.

      Como você bem disse, o conceito pode ser facilmente aplicado a qualquer mundo de campanha, e gostei muito das regras que criaram. São simples, funcionais e caracterizam muito bem os personagens (que de fato não precisam necessariamente ser bárbaros). E sim, se Dwalin fosse um Slayer, ele certamente teria amaldiçoado a si próprio e ao destino, porque ironicamente, além de ter que suportar a vergonha por mais tempo, corria o sério risco de não se livrar dela depois da morte...

      Gostei bastante das histórias de Vurgrim Cabelo de Fogo e Thrund Olhos-Vermelhos. Bem no início do meu grupo de jogo, tivemos um Slayer muito semelhante a Thrund (eu infelizmente não me recordo do nome do personagem que meu amigo criou porque fazem mais de 20 anos). Ele também era um soldado e causou um grande problema ao sair da formação, e muitos anões morreram por isso. Pela lei de Darakar, qualquer soldado anão que deixasse seu posto enfrentava uma severa corte marcial. A menos que houvesse um motivo muito (MUITO) bom para a ação, o anão era marcado por magia e exilado por dez anos ou enforcado. Como penitência, o anão exilado era obrigado a raspar sua barba diariamente para que se lembrasse do quão indigno era, e quão ardentemente deveria buscar a redenção. Este anão no caso criou um elmo fechado que protegia a barba (semelhante aos de Warhammer Fantasy, e como este jogador em especial era um excelente desenhista, a ilustração do anão ficou espetacular). Durante uma batalha realmente dura, ele acabou se sacrificando para garantir a vitória do grupo, e quando o grupo se preparou para enterrá-lo, removeram o elmo e viram que a barba dele magicamente voltou a crescer, mesmo ele estando morto. Um sinal de que ele havia sido perdoado e readquirido sua honra.

      Os slayers são um dos muitos conceitos que estão sendo apagados de D&D. Fiquei bastante aborrecido quando vi o avanço progressista sobre o universo de Warhammer, mas foi uma grata surpresa notar a reação forte de repúdio dos fãs. Diferentes da "geração pandemia" de jogadores de D&D, os fãs de Warhammer souberam honrar seu jogo).

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